No futuro, não temos nomes - somos números.
Não há espaço para o indivíduo, apenas para o coletivo. Mesmo esse coletivo já não é tão numeroso - somos agora os 0,2% restantes da população, sobreviventes de um processo de seleção antinatural. Já não precisamos mais da natureza, vivemos isolados dela. Sobrevivemos de um alimento derivado do petróleo e habitamos moradias feitas totalmente de vidro.
É que já não temos mais nada a esconder do Grande Benfeitor, que supervisiona nossas vidas maquinais: temos hora marcada para dormir, acordar, trabalhar, fazer sexo. A lógica impera e a criatividade é uma doença, nos ensina o Estado Único. Assim, alcançamos o ideal da espécie humana: todos somos iguais e felizes. O que nos resta é construir uma nave e levar nosso conhecimento e modo de vida para outros lugares do planeta. O engenheiro responsável por esse projeto, D-503, nos relata através das entradas em seu diário esse processo.
"Nós", de Zamiátin, é a distopia original que inspirou desde grandes clássicos do gênero como "Admirável Mundo Novo", "1984", "Laranja Mecânica", "Fahrenheit 451", até obras mais atuais como "Jogos Vorazes".
Vale apontar também que não só de ficção é feito esse livro. Para evitar que qualquer semelhança com a realidade não fosse mera coincidência, visto que a obra foi escrita em 1920, durante a antiga União Soviética e na mesma época em que Stálin chegava ao poder, o livro não foi publicado na Rússia, apenas em versões traduzidas em outros países.
A edição da @editora34 conta com um belo texto de apoio do pesquisador Bruno Barretto Gomide - "o cara", quando se trata de estudos da literatura russa - contextualizando o "caldeirão revolucionário" no qual vivia a Rússia da época e pintando um quadro perfeito da atmosfera que existia no período da escrita dessa grande obra da literatura russa.
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