Guerra e aliens? Pano de fundo histórico e ficção científica? Violência e comédia?
Todos esses elementos aparentemente contraditórios acabam se combinando de maneira harmônica para formar essa narrativa improvável - porém interessantíssima e muito enriquecedora.
“Matadouro 5” é um célebre romance do escritor Kurt Vonnegut, que depois de ser encarcerado e sobreviver a bombardeamentos terríveis, retorna são e salvo da segunda guerra mundial e escreve um dos mais famosos clássicos modernos da ficção científica.
Nele, conta a enlouquecida e fantasiosa história do americano Billy Pilgrim, um homem de feitos notáveis: além de ter sobrevivido aos mesmos inimagináveis traumas de guerra do próprio Vonnegut, também possui a habilidade de viajar no tempo.
A grande sacada do livro: enquanto a narrativa nada linear te envolve com eventos inenarráveis de guerra, surpreendentes viagens no tempo e até mesmo curiosas abduções alienígenas, o autor constrói na estrutura do livro uma mensagem maior - um tratado antiguerra.
Billy vive uma constante tensão durante toda a narrativa. Por um lado, quer nos contar os horrores da guerra e compartilhar seu testemunho para que coisas parecidas nunca mais ocorram. Por outro, quer reprimir essas memórias dolorosas demais. Essa tensão é muito característica de pessoas que passam por grandes traumas: é necessário lembrar, porém a vontade é de esquecer.
Vonnegut criou essa história antes do termo “estresse pós-traumático” existir, entretanto, o descreveu perfeitamente. Ao narrar a tensão interior que sente alguém que passou por um profundo trauma, advogou contra os horrores da guerra através de um romance super criativo.
Riquíssimo em elementos psicanalisáveis, como bem disse a querida psicóloga @psicanalise.feminista, é um livro que renderia ainda muita conversa - porém vou parar por aqui para não dar spoilers.
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