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Les Garçonnes: Mulheres Irreverentes

Você já ouviu falar delas?

 



Mal vistas ao longo dos anos por usar muita maquiagem, beber, fumar e falar de sexo de maneira casual, as garçonnes - em português, as melindrosas - ficaram famosas principalmente nos anos 1920, período de liberalismo econômico em que o Jazz chegava a Europa e o furor do fim da guerra extasiava a todos.


Entende-se que o corte de cabelo conhecido como garçonne, que dá origem ao termo, nasceu na ruidosa década de 1920, liderado por ninguém menos do que Coco Chanel na França e Louise Brooks nos Estados Unidos.


Na verdade, a história das irreverentes mulheres com cabelos à la garçonne tem uma história que começa bem antes na França. Se levarmos em conta a guerreira Joana D'Arc, grande heroína da Guerra dos Cem Anos e que virou a padroeira da França quando canonizada em maio de 1920, quase cinco séculos após ter sido queimada viva, a história das garçonnes começa mais ou menos em 1420. Joana usava seu cabelo bem curto, o que dava a ela a aparência de um menino.



pintura de Joana D'arc



Rosa Bonheur, considerada uma das maiores pintoras do século XIX, ficou conhecida por suas obras realistas - e por sua maneira de se vestir e portar. Na época de Rosa, não era comum uma mulher ser artista e muito menos obter sucesso. Por causa dela, muitas portas se abriram para outras mulheres seguirem seus passos. Seu sucesso foi tamanha que, apesar de ser conhecida por se vestir de homem, perambulava pelas ruas de Paris sem ser incomodada. Para ela, calças eram mais práticas para se usar no dia a dia do estúdio do que vestidos, o que facilitava a sua pintura.




fotografia de Rosa Bonheur



Colette foi uma mulher muito à frente de seu tempo, escreveu livros como "A Vagabunda" e "A Ingênua Libertina". Além de talentosa escritora, Colette trabalhou como colunista de moda em um jornal, tornando-se também foi uma personalidade muito importante no mundo da moda. Ela foi uma das primeiras mulheres que se atreveu a usar calças em público, mantendo uma estreita amizade com a estilista Coco Chanel - e usava os cabelos bem curtinhos desde 1902 , causando escândalos.



fotografia de Colette e seu gato.



Josephine Baker nasceu nos Estados Unidos mas muito jovem mudou-se para Paris, onde tornou-se rapidamente um símbolo de audácia e liberdade, foi cantora e dançarina, e espiã da resistência francesa e da luta antirracista. Josephine, conhecida também como "A Vênus Negra", esbanjava confiança com seu corte de cabelo à la garçonne e suas roupas consideradas reveladoras demais para a época.



fotografia de Josephine Baker



No Brasil, as melindrosas também não deixam por menos. Por aqui, devemos muito à Eugênia Álvaro Moreyra. Em uma época em que as mulheres não eram bem-vindas em uma sala de redação, Eugênia não só ousou trabalhar como jornalista como também adotou corajosamente o polêmico corte à la garçonne françês. Outro exemplo é a personagem Lu em "Memórias de um Gigolô", escrito por Marcus Rei de Sá nos anos 70.



fotografia de Eugênia Moreyra, uma das primeiras jornalistas do Brasil.



 

Esse texto foi inspirado e adaptado de uma postagem de Instagram da @franceculture!

Confere ele na íntegra aqui: https://www.instagram.com/p/CVTDiSBgQ77/


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