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3 Livros para Conhecer Marguerite Yourcenar

Uma das maiores estilistas da língua francesa

 


Marguerite não frequentou a escola. Órfã de mãe, sua educação foi responsabilidade do pai, um homem muito culto e versado em literaturas antigas. Dele, Marguerite herdou o gosto pela literatura russa e francesa e, aos 16 anos, escreveu seu primeiro livro.


Segundo a historiadora Mary Del Piore:


"Marguerite Yourcenar é uma estrela à parte na constelação dos grandes escritores. Inserida na encruzilhada de diversas correntes de pensamento, gêneros literários e tonalidades artísticas, seu conhecimento profundo de múltiplas filosofias, religiões e mitologias alimentou uma obra singular".

Mulher extremamente culta, nasceu na Bélgica mas viajou o mundo inteiro e conheceu muitas culturas diferentes - assim como muitos dos seus personagens. Marguerite é considerada uma das maiores estilistas da língua francesa. Muito exigente, reescrevia suas obras e se demorava nelas o tempo que julgava necessário para levá-las à perfeição, chegando a trabalhar até mesmo 30 anos em um mesmo livro. Acreditava ser dever de todo bom autor estar sempre atento ao seu estilo de escrita e preocupado em melhorá-lo constantemente.


Marguerite também era muito atenta aos fatos históricos. Preocupava-se quase obsessivamente em entender a veracidade dos eventos hisóricos, por isso também realizava meticulosos trabalhos de investigação documental antes de escrever cada um deles. Por conta de todo esse cuidado, escreveu livros ímpares, densos, que merecem ser lidos sem pressa e saboreados com atenção: ao estilo, cadência e referências que vão aparecendo ao longo da leitura.


Trago hoje três das principais obras de Marguerite Yourcenar, disponíveis no mercado de tradução no Brasil, para que você possa conhecer essa que foi uma das mais marcantes escritoras de língua francesa:




A Obra em Negro

Neste livro acompanhamos Zênon, desde seu nascimento até os momentos finais da sua vida durante o período Renascentista. A partir das experiências que ele vive, o protagonista desenvolve interesses pouco comuns para a sua época, e passa a estudar diversos temas como a anatomia, alquimia e viagens. Cada vez mais envolvido com esses novos conhecimentos, Zênon se vê em perigo e se surpreende ao ver seus valores chocarem-se com uma sociedade que não valoriza o pensamento e condena a liberdade de expressão.


Um detalhe curioso é o título do livro: em alquimia, o termo "obra ao negro" designa a etapa mais difícil que o alquimista deve passar para alcançar uma "Grande Obra".


Segundo a tradição, o alquimista deve sucessivamente realizar bem a preparação das misturas, preparar e dissolver a obra ao negro, ao branco e por fim, ao vermelho. Seguindo essa ordem, o alquimista alcançaria a transmutação do chumbo em ouro para obter a famosa pedra filosofal ou produzir a panacéia - o remédio para todos os males.





Memórias de Adriano

Este romance é, na verdade, a autobiografia imaginária sobre a vida e a morte do imperador romano Adriano. O próprio imperador, quando vivo, chegou a escrever uma autobiografia que infelizmente não sobreviveu ao curso da história e não chegou aos nossos dias.

Mas para consertar esse erro histórico, temos o livro de Marguerite, organizado em forma de correspondência. No livro, Adriano escreve uma sequência de cartas ao seu filho adoptivo e futuro imperador Marco Aurélio, então com 17 anos.


Nestas cartas, Adriano viaja pelas suas memórias - e nós, no tempo. Entramos na intimidade do pensamento do grande imperador como se ele ainda estivesse vivíssimo escrevendo aquelas palavras. Segundo a historiadora Mary del Priore:


"Antes de morrer, Adriano rememora para se definir, para se julgar e, talvez, para se conhecer melhor. Do início do romance à ultima página, a lição da vida é como uma escola da morte. [...] Trivialidades, viagens, amores, política, ambições e traições são o pano de fundo deste magnífico romance."



Golpe de Misericórdia

Sedução, conflitos, erotismo e mentiras. Neste livro surpreendentemente curto, Yourcenar traz todas as nuances e urgências de um triângulo amoroso que se forma no final dos anos 1910, nos países bálticos devastados pela guerra. Eric, Conrad e Sophie são três jovens de origens e personalidades distintas que acabam desenvolvendo fortes relações que se confundem entre desejo e desespero.

Para quem busca uma opção mais curta para conhecer a autora, "Golpe de Misericórdia" é uma boa pedida. O romance, apesar de curto, traz toda a força e potência do estilo da autora.






 

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